top of page

Nirvana



No ano de 2016, fiz parte de um grupo de jovens e adultos que trabalhava levando as artes: Circo, Teatro e Dança, em orfanatos, escolas, hospitais. Viajamos para o Suriname, país localizado na América do Sul.


Em um dos orfanatos que fomos conhecemos crianças e adolescentes, entre extrovertidos e introvertidos, conversamos, rimos.

E em vários espaços do orfanato éramos liderados pela anfitriã do local, eu e as demais moças da equipe entramos em um dos quartos e começamos a conversar com os que ali estavam.


Enquanto conversávamos com as crianças, vi esta moça linda da foto, meio desconfiada, ela não falava com a gente, até que comecei a engatar uma conversa com ela (no meu inglês enferrujado).


Quando perguntei seu nome, ela respondeu: - "Nirvana". Eu fiquei surpresa, achei criativo e curioso, até aquele dia, não tinha conhecido ninguém com o nome de uma banda de rock (que por sinal esta banda Nirvana, fez parte de minha adolescência), perguntei se ela sabia que seu nome era de uma banda de rock, e ela, demonstrou surpresa, esboçou um olhar curioso e feliz e disse para mim: - "É mesmo?!”.


Bem, foi nesse momento que ela se sentiu mais à vontade em conversar, e saímos do quarto e fomos até a área da sala do orfanato, juntas. Até que chegou o momento do nosso grupo compartilhar nossas artes com todos no orfanato, nossas apresentações neste orfanato foram traduzidas para o holandês, mais um idioma falado no Suriname, além do tac-tac, lanchamos juntos, e antes de irmos embora ela aceitou de muito boa vontade registrar esta foto comigo.


Algum tempo já se passou do dia em que registrei esta foto, e toda vez que olho para ela lembro-me da conversa, do jeito forte desta moça que na época, tinha quinze anos de idade, hoje deve ter dezenove ou vinte anos.


Esse dia me ensinou como podemos entrar na vida do outro com mansidão, respeito e paciência. Mesmo sem saber como agir logo que cheguei ao orfanato, pois era minha primeira vez em um, percebi que não preciso me preocupar em fazer algo grandioso, e sim só ser eu mesma, e me importar com o outro. O importante é nos relacionarmos com o outro em amor. Foi o primeiro transcultural que vivenciei.


Pessoas são especiais!


Legenda da Foto no texto: acervo pessoal. Para acessibilidade: Foto feita no orfanato em Suriname, eu e Nirvana, no final da tarde, na porta do orfanato.


Por Helen Lanhellas

Comentarios


bottom of page