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A𝒓𝒕𝒆, f𝒊𝒍𝒐𝒔𝒐𝒇𝒊𝒂 e c𝒐𝒔𝒎𝒐𝒗𝒊𝒔ã𝒐: 𝑬𝒏𝒕𝒓𝒆𝒍𝒂ç𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔

Por Helen Lanhellas


Fotografia: Arquivo pessoal.


Você sabia que o coração expressa a sua visão de mundo, a sua cosmovisão?


Nossas vivências, feridas e alegrias, moldaram nossa visão de mundo, o que cremos e não cremos e tudo que envolve nossa vida gerou em nós os óculos pelos quais interpretamos a realidade a nossa volta.


É a tal da tão chamada cosmovisão, ela vem antes de você teorizar alguma ideia. Ela é a ideia que você tem de algo, alguém.


Quando você teoriza suas ideias você está filosofando, a ideia tornando-se teoria, e esta já faz parte da sua prática de vida.


Francis Schaeffer disse que a cosmovisão declara, coloca para fora algo que você crê, às vezes sem você perceber, de tão enraizada que ela está em você. E isto vale para visões ruins e boas dentro da sua visão de mundo. As ações humanas refletem a cosmovisão da pessoa, porque reflete o que está em seu coração.


A boca fala do que o coração está cheio. As ações mais ainda. Kevin Vanhoozer disse que o coração é o centro da volição humana, vontade humana. O que a Bíblia chama de coração e quantas inúmeras vezes ela alerta a gente para "guarda teu coração porque dele saem as fontes da vida" - Provérbios 4:23.



"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? 10 Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações".

- Jeremias 17: 9-10 -



"Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra".

- Salmos 119:9 -


O filósofo Herman Dooyeweerd disse que o coração é um dispositivo religioso, nossas crenças mais básicas estão ali, "o caráter concêntrico do EU no coração - sede da razão, emoções, vontade e vida religiosa humana - e os motivos básicos religiosos que estruturam a filosofia e as crenças fundamentais de sociedades na história”.


Em nossas ações não há neutralidade porque elas partem das motivações de nosso coração. Se tudo o que fazemos tem um ponto de partida, mesmo que desconhecemos alguns deles, isso quer dizer que nossa cosmovisão exala mais de nós do que queríamos demonstrar.


Francis Schaeffer diz que tem parte de nossa cosmovisão que desconhecemos e esta também exala em nossas ações sem que tenhamos às vezes consciência disso.


O que quero dizer aqui é que se não há neutralidade em nossas ações logo as ações na arte também não há neutralidade. A arte não está acima das outras áreas da sociedade. Toda a arte produzida está exalando a cosmovisão de quem a criou, isso é tão claro e evidente quanto o Sol que percebemos todos os dias, quanto o Ar que respiramos, quanto o Cheiro que sentimos.


E isso é bom, porque nos dá responsabilidade sobre nossas ações na produção artística, compreendendo o impacto que nossa arte pode causar no outro e em nós mesmos. E essa relação sou apaixonada, ao mesmo tempo que vivo (na sala de aula ou no palco) enquanto faço a arte, ela também afeta o outro de um modo profundo, incrível que vai além do que imaginei enquanto criei.


Creio que é assim que Deus faz, pois Suas ações são infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos conforme o poder de Deus que opera em nós.

Dooyeweerd também declara que o coração precisa ser regenerado, alinhar-se ao Criador assim como aquele que o carrega: nós.


O pressuposto aqui é a Criação, Queda e Redenção como parte da história humana de intimidade com O Criador, depois veio a quebra desse relacionamento pelo humano; e Deus para se reconciliar conosco enviou seu Filho Amado Jesus para morrer por toda a humanidade, reconciliando consigo mesmo todas as coisas.


Bem, essa parte da história é conhecida, sendo cristão ou não, então você já parou pra pensar que você só conhecerá mais de você quando seu coração repousar Nele conhecendo Ele também?


Pois é, se o coração é um dispositivo religioso logo o que você vive manifesta, exala, emana aquilo que você adora, né?


Então por que não manifestar por meio da sua vida, Aquele que te criou para ser, fazer, inclusive na arte?




Texto e Fotografia por Helen Lanhellas.

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