top of page

E você, já se enganou a respeito de alguém?


Imagem 1*


As primeiras impressões... Todos nós já passamos por isso.

Quem nunca se enganou – para melhor – com alguém que julgava ser o pior humano que já existiu? Por que uma história do século XVIII ainda pode falar tanto conosco?


Orgulho e Preconceito. Penso que deste romance podem surgir muitas análises. Em minha observação, todas as análises podem descambar em um único ponto: o revelar de nossa humanidade, para o bom ou o ruim dela, mas sempre com um ensinamento. A história retrata a vida provinciana do século XVIII. O livro foi publicado no século XIX.


Bem, minha singela análise se deterá em um ponto: O conceito que Elizabeth construiu de Sr. Darcy a partir do que os outros falavam dele, e de sua observação particular do que ele compartilhava com ela, tudo que rodeava ele a intrigava. E como isso afetou sua sensibilidade para enxergar a verdade de quem ele realmente é.


Para minha surpresa, ao ler o livro, me deparei com o primeiro título que fora cogitado pela escritora: Primeiras Impressões, o que me fez compreender mais ainda o quão atemporal esta história é.


Se você não conhece a história vou lhe situar para que você tenha um pouco do cenário dela.


Para você que já leu o livro e/ou viu o filme, lendo essas linhas se lembrará da história e pode até sentir vontade de ver o filme novamente, ou de reler o livro.


A história de Orgulho e Preconceito foi escrita por Jane Austen, conta um trecho da vida de Elizabeth Bennet, sua família: suas quatro irmãs, ela era a segunda mais velha, depois da bela, doce e tímida Jane Bennet.


Sua mãe, especialista na arte casamenteira, estava sempre pronta para expor suas filhas diante dos pretendentes que ela já tinha articulado em sua mente todos os planos possíveis para ser bem sucedida nesta jornada, e seu pai, amado por Elizabeth, um homem que demonstrava muita calma ao caminhar pela história.


Alguns pontos desta história são importantes destacar antes de chegar a cena que me moveu a escrever este post. A história se passa no condado de Hertfordshire - Inglaterra, século XVIII.

Imagem 2*


Desde a primeira vez que Elizabeth e Sr. Darcy se viram ocorreram faíscas; boas ou ruins? Para mim, as duas! Ela de alguma forma chamou a atenção de Darcy logo que ele a viu, mas o comentário dele para seu amigo Sr. Bingley sobre ela foi o oposto de sua reação anterior com ela.


- “Ela é tolerável, sua beleza não é o bastante para me tentar”. Ela estava próxima a eles e ouviu o que foi dito, eles não perceberam sua presença, esse momento mudou o olhar dela para com ele, para pior.

A cena que moveu a esta análise, é a cena em que o Sr. Darcy declara seu amor para Elizabeth e faz a proposta de casamento para ela. Ele, também orgulhoso, foi até ela na certeza que seu amor e proposta seriam aceitas por ela, mas ele foi recusado. Dois motivos motivaram Elizabeth a não aceitar:


1. Ele arruinou as esperanças de sua irmã mais velha Jane, que estava apaixonada pelo Sr. Bingley e este lhe correspondia, Sr. Darcy persuadiu o amigo por achar que o amor do amigo não estava sendo correspondido por Jane, porque à vista, não dava para perceber que ela sentia algo pelo amigo.


2. A história que o Sr. Wickham contou para a Elizabeth entre ele e Sr. Darcy.


Ela as lança em forma de acusação e ele em contrapartida assume o que fez a respeito do amigo, e lança a observação que ele fez da família dela, da má educação diante dos outros, excluindo Elizabeth e Jane desta observação.


E a conversa segue na tensão de uma discussão calorosa entre os dois. De formas diferentes, tanto Elizabeth quanto Darcy eram orgulhosos e tinham preconceito com as classes um do outro. Mas Elizabeth o julgava pelo o que ela ouviu os outros falarem dele, e nas poucas vezes em que o ouviu com suas opiniões muito firmes sobre algo da vida.


Há um determinado momento que a própria história conta que Sr. Darcy logo depois daquela conversa tensa e horrível entre eles, não ficou ressentido com Elizabeth, ele perdoo toda a raiva dela para com ele, pois sabia que a amava e que ela não o conhecia.

Imagem 3*


No dia seguinte ele entrega a ela uma carta escrita por ele, explicando os fatos reais e as motivações de seu coração a respeito para com seu amigo Sr. Bingley e Jane Bennet, e sobre o Sr. Wickham.


Ao terminar de ler a carta, o livro nos faz perceber claramente que ela cai em si e percebe quão cega o orgulho a deixou e o quanto ela se sentiu envergonhada por ter julgado Darcy tão severamente sem estar com o coração disposto a ouvi-lo sobre tais fatos. E esse é o ponto que também me marcou e motivou a escrever. Amo essa história, pois pode nos falar tanto sobre nossa humanidade, o bom e o ruim dela.

Elizabeth sempre parecia mais feroz em seus questionamentos e respostas para com ele. Causado também pela ferida que ele causou na vaidade dela, ao desdenhar de sua beleza chamando-a de tolerável, foi difícil mesmo ouvir tal comentário, mas a partir desse momento ela ficou completamente cega de raiva para todo o resto de possíveis explicações sensatas que declarassem a verdade dos fatos de outras áreas da vida dele. Isso já aconteceu com você?


E Darcy sempre respondia a ela de forma que a impactava, na maioria das vezes, tinha um tom amoroso em sua voz, ele sempre a lia muito bem, enquanto ela usava sua maravilhosa inteligência para causar nele alguma resposta igual a dela ou para causar afastamento dele para com ela, mas ele sempre respondia em tom mais leve, sempre firme, e sereno. Os dois sempre tinham respostas na ponta da língua, mas as motivações de seus corações em suas respostas eram diferentes.


Como que o orgulho pode fazer tanto mal não é mesmo, causando tanto desgaste emocional na pessoa que o vive e na que recebe, que só o amor nos torna pessoas melhores.


Por que uma história do século XVIII ainda fala tanto conosco? Porque se trata de características tão humanas, tão particulares, e que demonstram que pode ser tratável, apenas com uma escolha: a de amar. O amor não deixa ninguém cego, como o ditado tão popular diz por aí, a paixão sim, você não enxerga os defeitos do outro, e às vezes pode torcer o defeito em qualidade.


O amor é profundo, conhece o outro tão bem que não o julga, o exorta dizendo a verdade em amor, porque o amor não se alegra com a injustiça, o amor se alegra com a verdade. O Amor não se arde em ciúmes, não se gloria, não é soberbo, nem tão pouco se ressente do mal.

Imagem 4*

E é lindo ver como Elizabeth vai sendo transformada quando ela reconhece que orgulho causou mal a si mesma, e seu olhar sobre a vida e sobre o Sr. Darcy começa a ser transformado pelo amor que vai crescendo nela aos poucos, ela entra no processo de amadurecimento.


E ele, achando que ela o tinha por repulsa, não quis mais incomodá-la com sua presença, ele nem sabia que ela estava em um processo tão especial, no qual a paciência caminha lado a lado com o amor transformando a pessoa em alguém que ela não imaginava ser possível.


Os meses passam e as oportunidades de eles estarem perto um do outro são poucas, mas são únicas. Ele começa a dispor seu coração a estar tendo tempo de qualidade e amizades com pessoas diferentes de sua classe. Cada um precisava aprender coisas que o amor por meio das vivências da vida ensina com excelência. E uma delas é: as primeiras impressões não devem ficar em nossos corações. Sempre há oportunidades de conhecer melhor o outro, conhecer seu caráter e nos conhecer mais.


Imagem 5*

E você, já se enganou a respeito de alguém?






Por Helen Lanhellas.



Referências:


Livro:

. AUSTEN, Jane. Orgulho e Preconceito. Grandes Sucessos. Tradução de Lúcio Cardoso. São Paulo: Editora Abril Cultural, 1982.


Site:

. TARSO, Paulo de. Primeira Carta aos Coríntios. Capítulo 13. Bíblia Sagrada. Nova Almeida Atualizada. 2017. Sociedade Bíblica do Brasil. Link: https://www.bibliaonline.com.br/naa/1co/13


Filme:

. Orgulho e Preconceito. Com Keira Knightley e Matthew MacFadyen. Diretor: Joe Wright. Universal Studios. DVD vídeo. Romance 127 min. 2005. França, Reino Unido e EUA.


Fontes das imagens:


. Imagem 1*: cena inicial do filme: Orgulho e Preconceito https://br.pinterest.com/pin/558587160020709814/


. Imagem 2*: cena da carta: https://www.pinterest.it/pin/169940585914239555/


. Imagem 3*: cena do encontro de Darcy e Elizabeth: https://br.pinterest.com/pin/316096467569260202/


. Imagem 4*: cena de Darcy e Elizabeth final: https://apilgriminnarnia.com/2015/01/27/pride/pride-and-prejudice-keira-knightley-kiss/

Comments


bottom of page